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Pessoa (Fernando) - Sobre Um Manifesto De Estudantes.

[ Tip. Annuario Commercial - Praça da Liberdade ]; s.d ( 1923). In-fólio - Br.

Raríssimo Manifesto.

Muito Rara e Importante Peça de Colecção.


Em 1923, Fernando Pessoa publicou este manifesto contra a campanha moralizadora da chamada Liga de Acção dos Estudantes de Lisboa, um grupo de estudantes católicos que exigiram e conseguiram das autoridades a apreensão e destruição dos livros alegadamente “imorais” à venda nas livrarias. O  Governador Civil de Lisboa, major Viriato Lobo, o qual ordena a apreensão de vários livros considerados “imorais”,  a “papelada imunda” (como lhes chamou Marcelo Caetano) que enchia as livrarias da capital portuguesa, entre os quais Canções de António Botto (reeditado em 1922, com versos de conteúdo homoerótico) e Sodoma Divinizada de Raul Leal, ambos publicados pela Olisipo.  Em defesa de Raúl Leal, Pessoa enviou exemplares deste panfleto de protesto pelo correio para 205 destinatários, escolhidos entre a nata dos médicos, psiquiatras, cientistas, professores, escritores, artistas, advogados, engenheiros e jornalistas portugueses. Que Pessoa considerava ser uma elite intelectual e formadora de opinião no Portugal seu contemporâneo. A ação de Pessoa neste contexto é um dos acontecimentos que materializam o seu intervencionismo público, como homem que se definia como “liberal dentro do conservadorismo, e absolutamente antirreacionário”, como o próprio Pessoa declarou poucos meses antes da sua morte, em 1935.

(...) Aos estudantes de Lisboa não desejo mais ― porque não posso desejar melhor ― de que um dia possam ter uma vida tão digna, uma alma tão alta e nobre como as do homem que tão nesciamente insultaram. A Raul Leal, não podendo prestar-lhe, nesta hora da plebe, melhor homenagem, presto-lhe esta, simples e clara, não só da minha amizade, que não tem limites, mas também da minha admiração pelo seu alto génio especulativo e metafísico, lustre, que será, da nossa grande raça. Nem creio que em minha vida, como quer que decorra, maior honra me possa caber que a presente, que é a de tê-lo por companheiro nesta aventura cultural em que coincidimos, diferentes e sozinhos, sob o chasco e o insulto da canalha.

Fernando Pessoa

Excelente exemplar.

Raríssimo Manifesto.

Muito Rara e Importante Peça de Colecção.



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