Director e Proprietário, Álvaro Pinto. Porto. [a partir da 2.ª série, conheceu diversos directores: Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, José de Magalhães, Leonardo Coimbra, Hernâni Cidade, Teixeira Rêgo, Sant’Anna Dionísio, Delfim Santos e Aarão de Lacerda]. 1910-1932. In-4.º e In-8.º gr. E.
Extemamente Rara Colecção Completa
Possui o número 10/11 da quarta série, apreendido pelos serviços de censura, extremamente raro e quase impossível de obter em PRIMEIRA EDIÇÃO.
No número 4 apareceu a primeira obra em prosa portuguesa de Fernando Pessoa publicada,"A nova poesia portugueza socialogicamente considerada" em que defende a criação de um "supra-Portugal" e anuncia o futuro aparecimento de um "supra-Camões".
A Águia foi uma das revistas que mais influenciou a cultura nacional portuguesa, foi a mais importante do seu tempo e uma das mais notáveis na bibliografia da literatura periódica portuguesa. Contou com a colaboração em prosa e verso da maioria dos grandes talentos criativos portugueses da época, de Teixeira de Pascoaes a Fernando Pessoa (de acordo com José Blanco, as três primeiras contribuições portuguesas em prosa impressas de Pessoa), incluindo Raul Brandão, Mário Beirão, Sampaio Bruno, Augusto Casimiro, Alberto Osório de Castro, Leonardo Coimbra, Jaime Cortesão, Afonso Duarte, Manuel Laranjeira, Camilo Pessanha, Raul Proença, Aquilino Ribeiro, António Sérgio, Afonso Lopes Vieira e tantos outros. A primeira série desta revista de importância crucial, inicialmente intitulada Revista ilustrada de literatura e crítica, foi publicada de 1 de dezembro de 1910 a julho de 1911, sob a direção de Álvaro Pinto. Do segundo ao quarto números tinham como subtítulo simplesmente Revista quinzenal, enquanto do quinto ao décimo tinham como subtítulo Revista quinzenal ilustrada de literatura e crítica. Participou o grande espanhol Miguel de Unamuno, com um soneto dedicado a Portugal. Na primeira série da Águia também figuraram versos inéditos de António Nobre e cartas inéditas de Camilo Castelo Branco, bem como um fragmento inédito em prosa de Eça de Queiroz. Houve artigos significativos sobre grandes figuras da literatura mundial, como Victor Hugo e Tolstoi. A segunda série teve como subtítulo Revista Mensal de Literatura, arte, ciência, filosofia e crítica social. Foi publicado de janeiro de 1912 a outubro de 1921, com um total de 120 números, alguns dos quais combinados em números duplos ou triplos. Teixeira de Pascoaes, António Carneiro, José Magalhães e Álvaro Pinto foram, respetivamente, os diretores literário, artístico, científico e secretário. Esta foi de longe a mais significativa das cinco séries. Nas capas desta e das séries subsequentes está escrito "Orgão da Renascença Portuguesa". No número 4 apareceu a primeira obra em prosa portuguesa de Fernando Pessoa publicada,"A nova poesia portugueza socialogicamente considerada" em que defende a criação de um "supra-Portugal" e anuncia o futuro aparecimento de um "supra-Camões". Esta série é também marcada por ensaios sobre a "Saudade" de Teixeira de Pascoaes, provocando a célebre polémica prolongada entre Pascoaes e António Sérgio sobre o saudosismo. A segunda série trouxe à luz textos inéditos de Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Antero de Quental, António Feliciano de Castilho, Camilo Castelo Branco e Oliveira Martins. A terceira série, composta por 60 números de 1 de julho de 1922 a dezembro de 1927, foi dirigida por Leonardo Coimbra. Além de vários números duplos e triplos, houve vários números 37 a 48 e 49 a 54. O número duplo 13/14 foi dedicado a Guerra Junqueiro. Contos de Raul Brandão e uma carta inédita de Camilo Castelo Branco apareceram nos números 17/18. Miguel de Unamuno contribuiu para 13/14...
Colecção constituída pelas seguintes séries: 1.ª série (de maior formato), 10 números; 2.ª série, 120 números; 3.ª série, 60 números; 4.ª série, 12 números (com o raríssimo 10-11); 5.ª série, 3 números. Colecção bastante rara e valiosa, especialmente quando acompanhada pelo raríssimo número 10-11 da 4.ª série na sua tiragem original, então apreendido pela serviços de censura.
“A luta contra o obscurantismo, contra as trevas da ignorância, foi efectivamente a pedra de toque da Renascença Portuguesa: fundou cinco Universidades Populares, agitou culturalmente o país, editou profusamente, contando com os melhores autores da época."
Excelente exemplar, encadernações da época, lombada e cantos em pele com gravação a ouro. Todos os números possuem as respectivas capas de brochura.
Extemamente Rara Peça de Colecção.